O filme de hoje é o primeiro de sua categoria aqui, vamos falar a primeira vez sobre o cinema nacional! E essa “estréia” não podia ter ninguém menos que um dos melhores atores nacionais dessa geração: Lázaro Ramos. Me apaixonei por Lázaro quando assisti a Madame Satã, a história de uma emblemática figura carioca, e daí para frente nossa relação até agora foi só de amor. Quando ele casou com a atriz Taís Araújo e viraram um dos casais de atores nacionais mais importantes, poderosos e talentosos (na minha opinião, claro), aí eu gamei de vez.
A história de Tudo O Que Aprendemos Juntos é real e apesar de existirem diversos filmes sobre como professores fizeram diferença na vida dos alunos, não me importa: uma história de superação bem contada sempre me emociona. Claro que não foi diferente nessa bela história inspirada na peça que conta como surgiu a Orquestra Sinfônica de Heliópolis – uma comunidade extremamente pobre e violenta aqui de São Paulo.
O elenco do filme foi composto por jovens da própria Heliópolis, entretanto, isso não diminui e nem os torna menos importantes que o violinista e professor Laerte, personagem de Lázaro Ramos. O talento de Kaique Jesus, que interpreta Sérgio, e de Elzio Viera, o V.R., é pulsante na tela. Os dois, que interpretam alunos de Laerte, emocionam e surpreendem, deixando Lázaro como coadjuvante em alguns momentos. Aliás, os jovens acabaram se colocando ali no filme, então quase tudo o que assistimos na sala de aula é real, uma total entrega dos atores.
A fotografia é linda, diferente e ousada. Uma das cenas de violência – sim, o filme tem uma cena de violência forte – é esteticamente perfeita. Me arrepiei com as reações das personagens, as imagens de uma guerra urbana. E não preciso falar da qualidade do som. Para quem cresceu querendo que o cinema nacional fosse legendado pois não entendia o que era dito, ouvir a sutileza de um dó afinado para um não afinado é o que mostra que em matéria de qualidade cinematográfica, nós finalmente chegamos lá.
Como vocês me conhecem, eu não vou comentar muito mais sobre o filme, afinal quero que quem assista – sua estreia será no dia 03 de dezembro – seja surpreendido pela história. Mas eu posso adiantar uma coisa, apesar de conhecermos histórias semelhantes no cinema ou na vida real, o filme termina em uma “nota diferente” do que eu esperava. Aliás em tempos onde as histórias se arrastam, Tudo O Que Aprendemos Juntos vai direto ao ponto e é um filme enxuto, sem excessos.
Beijos!
Sil

