Esses dias andei lendo uma matéria no New York Times sobre “Orbiting”. Traduzindo, é aquela interação que não é interação coisa nenhuma. E qe todo mundo faz. É aquele like com intuito de marcar território. Ou aquela assistida nos stories da pessoa que você quer ficar, já ficou, ou até mesmo de um(a) ex. Diria que é uma versão sem palavras do “oi sumida”, aquela forma de interagir sem necessariamente falar alguma coisa.
Todo mundo já fez orbiting ou tem alguém à sua volta que faz com você.
De início pode parecer algo ingênuo. Imagina, às vezes a gente cai mesmo no stories do outro. Vai ver a gente só segue ainda por educação – e uma pontinha de curiosidade, admita! Mas a real é que muitas vezes a gente faz para dar aquela pontinha de esperança. Ou fazem com a gente com a mesma intenção. E vou te explicar porque isso não é inofensivo e pode ser uma roubada.
Pra começar, se alguém faz isso e seu primeiro instinto é pensar “olha, ele/a ainda vê meus stories”, mude esse pensamento agora. Porque esse fiozinho de esperança, por mais gostoso que pareça, pode ser prenúncio de cilada. Tentar encontrar respostas em um like, ou em uma visualização, é sinônimo de ansiedade. De alimentar fantasias, que muitas vezes, não te deixam sair do lugar. Sem contar que, muitas vezes, isso não passa de uma pessoa do outro lado achando que pode manipular seus sentimentos. E você aí, do outro lado do celular, se contentando com migalhas.
E quando quem faz orbiting é a gente?
Se você que gosta de dar uns likes misteriosos ou visualizações estratégicas, que tal pensar os motivos? É para ter sempre uma opção num dia chuvoso, caso seu novo rolo não dê certo? Ou até mesmo seu casamento (acredite, existe)? Repense se você não faz isso apenas para satisfazer sua autoestima de uma maneira egoísta: manipulando os outros.
Porque no momento que você pratica o orbiting, você pode até se achar o máximo. Mas entre o que você pensa e a realidade, existe um abismo enorme. E a verdade é que a chance de você estar se enganando e confundindo a cabeça do outro é enorme. Chega a ser maldade.
Gente bem resolvida não faz orbiting. Conversa. Se aproxima, é assertiva, chama pra sair, convida pra ver um filme, diz as intenções e também encerra ciclos.
Quem está em paz consigo não precisa falar através de mensagens subliminares. Não precisa alimentar expectativas em torno de algo tão abstrato como um like ou uma visualização. Não perde seu tempo tentando interpretar sinais e apoiando sua autoestima em algo tão frágil quanto uma suposição.
Se ao ler esse texto você percebeu que está gastando muito tempo no orbiting, repense. Seja como vítima, seja como algoz. Pergunte-se os motivos de estar insistindo nesse novo joguinho de relacionamento. E se for para orbitar, que seja em uma rota que não roube seu brilho nem sua energia.
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