Sabem quando você assiste um trailer e pensa “Poxa, esse filme deve ser legal”? Pois bem, fazia tempo que eu não assistia nenhum filme light, mais voltado para o público feminino e uma parte de mim estava sentindo falta de algo que fosse mais – a comparação foi meio inevitável na minha cabeça – O Diabo Veste Prada ou um livro da Sophie Kinsella, se vocês me entendem. Aí, durante uma semana bem agitada/tensa aqui em casa, lá fui eu para a cabine do novo filme da Nancy Meyers, conhecida por O Amor Não Tira Férias, Simplesmente Complicado, Do Que As Mulheres Gostam, entre outros filmes do gênero.
Fui esperando um filme sem muita profundidade – estou sendo MUITO honesta – algo que fosse distrair minha cabeça, mas o “problema” começa quando a gente subestima alguém como Robert De Niro. Não se pode fazer isso! Então, eu acabei assistindo uma história que estava muito mais “perto” de mim do que eu imaginava, e um filme ainda melhor, e ouso dizer mais profundo do que esperava.
A história é simples: Jules, a CEO e fundadora de uma empresa de vendas por internet e interpretada por Anne Hathaway, acaba envolvida em um novo projeto que sua empresa cria e portanto, tem que “aturar” por no mínimo seis semanas seu novo estagiário, Ben. Tudo seria ótimo se Jules não fosse uma mulher auto suficiente, apesar de um pouco enrolada, e Ben não tivesse 70 anos e um currículo de respeito.
Muito do filme é pela perspectiva de Ben e assim podemos observar a sua história. E é aí que as coisas começam a ficar mais profundas: na terceira idade, viúvo, aposentado e com um filho morando longe, Ben precisa de motivação para continuar vivo e não deprimido. Nesse ponto, o filme me lembrou um pouco a mensagem de Nocaute: devemos fazer o que precisamos para nos manter de pé. Mas ao invés de ser uma história de superação através do esporte, O Senhor Estagiário nos ensina que precisamos não só de uma rotina – no caso do Ben – mas de pessoas, que nos deem apoio e suporte (cada um do seu jeito, é claro) pois ninguém consegue sobreviver sozinho. E é essa uma das lições que Jules aprende.
Uma das coisas exploradas no filme que eu mais amei, e que não esperava, é a questão do feminismo e da mulher que trabalha fora. Foi no tamanho certo, sem exageros, sem discursos de queimar sutiãs ou qualquer feminismo de uma escola mais antiga. Na história é para ser natural uma mulher trabalhar mesmo que o mundo ainda a julgue. Eu já passei por muitas entrevistas de estágio e emprego onde me fizeram as perguntas mais absurdas e machistas possíveis no estilo: o que seu pai pensa de você trabalhar ou o que seu noivo pensa de você trabalhar. Nem vou entrar nas perguntas feitas depois que casei que envolviam sempre a questão marido e filho, como se uma mulher não pudesse trabalhar sem autorização de um homem, ou ser profissional e uma boa mãe ou ainda optar por não ter filhos. Então eu me senti representada pela pressão que colocam em Jules e imagino que outras mulheres também.
No meio de vários filmes de ação que tivemos esse ano, eu gostei muito de assistir um filme com o excelente De Niro e que me surpreendeu muito por ser mais que uma comédia leve. Mas bem, não é à toa que dizem que devemos aprender com os mais velhos, certo? ;)
Beijos
Sil


Sil