Esse é mais um post seguindo uma temática feminista aqui no blog. Já falei sobre o coletor menstrual, onde trato sobre quebra de tabus e empoderamento, rivalidade feminina e vazamento de fotos íntimas.
Como o retorno em todos esses posts foi muito rico e positivo, quero hoje falar sobre o feminismo propriamente dito.
Por que temos tanto medo da palavra feminismo?
Eu já reproduzi muito discurso de ódio e disseminei informações erradas sobre o feminismo, por isso hoje não julgo quem o faz. Ouvimos e nos habituamos com falas que generalizam o movimento e possuem cunho pejorativo. Em outras palavras, aceitamos a ideia de que o feminismo é um movimento radical, desnecessário, exagerado e desrespeitoso.
Concordamos com a ideia graças à manipulação de informações erradas que são repetidas no nosso dia a dia, então um conceito torto é formado. Também existe o fator de que certas pessoas nos tratam melhor e validam nosso comportamento quando falamos mal do movimento.
“Olha como essa garota é legal! Ela não precisa do feminismo e nem de mimimi.”
Então, eu tô aqui pra pedir pra você se despir do escudo que você construiu por todos esses anos para afastar ideias feministas e ler o que eu tenho pra te dizer, ok?
Machismo, Feminismo ou Humanismo?
“Eu não sou machista, nem feminista. Eu sou humanista!“. É com essa frase que preciso explicar de forma bem resumida o que é feminismo e o que é machismo pra vocês segundo o dicionário Michaelis.
Machismo: Atitude ou comportamento de quem não admite a igualdade de direitos para o homem e a mulher, sendo, pois, contrário ao feminismo.
Feminismo: Movimento iniciado na Europa com o intuito de conquistar a equiparação dos direitos políticos e sociais de ambos os sexos.
Logo, vocês podem ver que o feminismo não se trata de ódio à figura masculna e nem luta pela superioridade da mulher com relação ao homem. O contrário de machismo não é feminismo. O contrário de machismo é direitos humanos.
“Eu não preciso do feminismo!”
É fácil falar dessa forma quando não enxergamos um sistema de opressão patriarcal à nossa volta. Por mais que tenhamos leis e diretrizes que nos dão direitos iguais independentes do sexo teoricamente, na prática ainda encontramos violências estruturais, culturais e sociais.
Não é mimimi desejar se sentir segura ao passar por uma rua deserta sem ter medo de ser estuprada;
Não é mimimi querer ganhar o mesmo que um homem que está num mesmo cargo de emprego que nós (ref.);
Não é mimimi lidar com múltipla jornada de trabalho, lidando com tarefas fora e dentro de casa;
Não é mimimi ser julgada pelos seus comportamentos sexuais uma vez que sua vida íntima só diz respeito a você.
Eu fiz um post completo com vídeo sobre razões pra você PRECISAR e DEFENDER o feminismo. Veja a matéria completa clicando aqui.
Por que não usar o termo “Feminazi”?
Porque pedir equidade de gênero não se compara a um dos maiores genocídios da história da humanidade. Não tem graça fazer piada com holocausto, guerras e sofrimento, ok?
O alistamento militar, aposentadoria e dividir conta
Escuto tanto como ataque as frases “Se vocês querem direitos iguais, peçam obrigatoriedade do alistamento militar!” e “Se aposentem na mesma idade que os homens!“. Gente, não é mais fácil os homens lutarem pelos próprios direitos nesses quesitos e pararem de atacar as feministas? Só acho isso mesmo.
“É feminista até a hora de pagar a conta.“, nossa essa me faz pensar se a capacidade de diálogo da pessoa é limitada pra conversar sobre estar apertado financeiramente antes de sair ou mesmo expôr seu desconforto, seja homem ou mulher.
O feminismo dito como “radical”
Existe uma vertente feminista chamada radical (rad) que visa problematizar questões desde sua raiz, mas o “radical” que as pessoas se referem nas críticas generalistas é sobre manifestações onde existe encenações e nudez. Não vou entrar nos méritos de quem faz essas ações, mas vou deixar uma reflexão simples pra vocês: Eu não posso julgar uma pessoa que sofreu alguma opressão ou violência e encontra formas de se manifestar e se expressar sobre. Eu não posso dar palpite sobre o corpo, reações e exposição de alguém que não seja eu mesma. Entendem?
A marcha das vadias é um desses movimentos que carregam consigo muitos tabus criados pela nossa sociedade. Seios a mostra no carnaval são ok, mas seios a mostra numa manifestação contra a objetificação do corpo da mulher são imorais. Estranho, não? Nudez só é válida se está dentro dos padrões de beleza e se gera lucro pra alguém.
Nesse trecho também vale lançar o seguinte questionamento: Por que mamilo de homem é normal e o nosso imoral? Por que nós somos imorais? Vadias? Loucas radicais?
Por que as pessoas insistem em ofender as feministas?
É muito cômodo continuar defendendo um ponto de vista ignorante e orgulhoso atacando de forma baixa quem discorda e confronta você. É por essas e outras que eu não me dou ao trabalho de discutir com quem apela para ofensas pessoais e discursos generalistas e preconceituosos. Meu conselho é que você faça o mesmo.
Movimentos no Facebook
Esse artigo não tem o intuito de aprofundar em vertentes específicas do feminismo, ok? As páginas que recomendo aqui são movimentos que têm caráter feminista de forma geral e que podem ajudar vocês de alguma forma.
Empodere Duas Mulheres: Página que prega o empoderamento feminino, trazendo questionamentos básicos do cotidiano e disseminando informações de forma responsável.
Vamos juntas?: Movimento que chama atenção das mulheres para situações de risco para outras mulheres em locais públicos.
Carol Rossetti: Artista que ilustra empoderamento feminino sobre várias temáticas. Ela é a autora das artes usadas nesse artigo.
Pra finalizar, esse post tá resumido de uma forma bem didática e leve nesse vídeo:
Ele também está disponibilizado no Facebook (clique aqui) onde você pode compartilhar com mais facilidade.
Um forte abraço e até breve!
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