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Sobre cartas e a fugacidade da vida

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Foto: Bruna Gomes

Responder mensagens hoje em dia se tornou tão banal quanto o ato de se alimentar ou de escovar os dentes. Whatsapp, facebook, skype... São tantos maneiras de chegar até outra pessoa que o meio mais antigo de se comunicar, através de cartas, ficou de lado, esquecido dentro das gavetas, dos armários, dentro de caixas empoeiradas. Essa semana estava lendo uma matéria da Revista da Cultura (se quiser ler a matéria completa clique AQUI) que dizia o seguinte:

"Foram muitas. Escrevia-se a mão ou máquina de escrever, em papel especial, passava-se a limpo quando necessário, escolhia-se o envelope com destinatário e remetente. O papel, minuciosamente, era dobrado no formato que encaixava no envelope. Colava-se e, então, era a hora de ir aos correios, onde era colocado o selo e despachada ao seu destino. Não se sabe ao certo quando as missivas surgiram. Os reis do antigo Oriente Médio já escreviam cartas. Estudiosos apontam, inclusive, que ela é precursora de todos os gêneros textuais, ao lado dos contos populares e mitos. O primeiro serviço postal semelhante ao que conhecemos hoje, com pagamento de selos para o envio da correspondência, surgiu na Inglaterra, em 1840. O Brasil foi o segundo país do mundo a utilizar o selo, em 1843."
Foto: Bruna Gomes
Embora eu saiba que os tempos mudaram e, na minha opinião, para melhor, pois a tecnologia ajudou em muitas coisas do nosso dia a dia, tenho um certo apego às coisas antigas. Eu me pergunto: será que damos o mesmo valor quando algo é enviado pela internet do que daríamos se tivéssemos gravado no papel, escrito à mão pelo próprio remetente?
Coincidência ou não, eu estava arrumando meu armário de escritório esses dias e encontrei uma pasta com algumas cartas que recebi há muitos tempo. Percebi que dentre todas as coisas que eu poderia ter guardado por tantos anos, escolhi cuidar das cartas. Eu lembrei, depois que li todas elas, que eu trocava cartas com uma amiga de São Paulo quando eu tinha uns 8 anos. E até hoje temos um certo contato pelas redes sociais, mas antes éramos muito mais próximas do que hoje, quando posso chamá-la a qualquer momento no Whatsapp. 
Eu percebi que a vida vai se tornar cada vez mais fugaz, pois conforme os anos vão passando e o desenvolvimento eletrônico aumenta, nossa percepção do tempo vai ficando cada vez mais diferente. Um ano passa, nos dias de hoje, num piscar de olhos! Mas se tivermos a chance de deixar que ele passe um pouquinho mais devagar, tudo fica mais bonito e tranquilo. Acho que a carta tem essa função: ela guarda o tempo dentro de si. Pode ser que o papel se desfaça, mas até que sua última palavra seja legível, ela vai carregar lembranças e histórias. 
Reler as cartas antigas e guardá-las com carinho é uma forma de preservar a nossa história. Continuar enviando e recebendo cartas, é uma maneira de registrar nossa vida de uma forma diferente.

Foto: Bruna Gomes 
Foto: Bruna Gomes
Foto; Bruna Gomes
Foto: Bruna Gomes
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